segunda-feira, 15 de junho de 2009

Décimo Quinto Encontro.

Terceiro dia de apresentações e é o meu dia. Tava nervosa, bastante. Tentei ficar tranqüila o máximo possível, mas enfim. Cheguei mais cedo na escola pra poder passar a cena, mas tinha muita gente já e todo mundo nervoso e gente ajeitando luz e explicando pro amigo como fazer a luz e falando o texto alto, não conseguia me concentrar de jeito nenhum. A aula começou com um atraso muito grande, pois a Anne tinha algum equipamento que não tava pronto, e ela era a primeira, então tivemos que esperar um pouquinho. Tudo bem, a cena começou uma mesa alta, um banco, uma caixa preta no chão e alguma coisa com alguma coisa dentro que eu não conseguia ver. Ela estava vestida bem nos anos 70, bem hippie e isso se notava muito bem. Eu ainda não sei se ela estava fazendo um homem ou uma mulher, as vezes parecia muito um homem falando mas ela estava de cabelo solto e saia, fiquei confusa nessa hora. A cena dela foi longa demais, era esta pessoa sentada na mesa de um bar contando várias historias, mas muitas vezes eu vi muito a Anne me contando uma historia e não consegui decifrar qual era o personagem. Mas achei legal a proposta que ela deu.

Logo depois veio a Alyne, nossa cara, foi lindo! Eu achei lindo de verdade!Ela usou uma luz quadrada central, ela estava vestida de homem e ficava falando que era caçador e matava um dinossauro, mas uma coisa bem perdida mesmo e sempre pegando no umbigo, depois passava pra alguém mais sensível que lembrava da mãe escutando uma musica, ela levou um fone que de repente surgiu e ficou lindo. Alyne tem umas expressões que eu gosto muito e assim passando para sua coreografia, que era a mesma música que a Aninha tinha me falado que ela ia fazer sua coreografia, Elephant Gun do Beirut, ela dançou muito bem e bem parecido com o clipe, ficou bem bonito e consegui perceber que ela realmente estava mostrando alguém chegando em casa. Ela terminou a cena do mesmo jeito que saiu, com uma garrafa pet e a lanterna, que era uma das cenas do coro. Muito legal mesmo. Aqui o clipe da música pra quem quiser:
www.youtube.com/watch?v=N-mqhkuOF7s

Crissie! Nossa que menina engraçada. Fala muito pouco, sempre ta prestando atenção em tudo e ri de um jeito muito engraçado. É do tipo de pessoa que eu olho tenho vontade de rir, não rir da cara dela, mas rir de achar legal mesmo. A cena dela foi bem divertida, ela dançou algo lembrando como um strip e bebendo, pegou dois tapetes daqueles que encaixa que eu não sei o nome e uso pra fazer algo como uma cortina em pé, e ia la pra trás e ficava jogando roupas e se divertindo muito e sem dizer nada, só com as expressões. Foi muito divertido.

Dayene. Começou com o texto do primeiro trabalho, fraco, gaguejando e sem conseguirmos escutar, com uma mascara na cara o tempo todo, com um vestido simples e uma rosa na mão. Depois colocou a música que cantou e foi pra trás da cortina, e voltou com tudo vestida toda de preto e com uma maquiagem preta, cabelos soltos, fazendo a matinta pereira, fez tudo direitinho, veio com tudo, falou o texto certamente, sabia cada passo, me surpreendi de verdade. O que me deixou um pouco triste foi descobrir depois que ela tem esse papel a uns quatro anos e que ela já tinha apresentado várias vezes, não era nada novo. Mas deu pra ver que se ela quiser, ela consegue de verdade.

Ivanilde foi bem legal, ela sabe muito bem usar o espaço e a luz. Entrou com o corpo de uma grávida, uma coisa bem do interior, a roupa, a fala. Passou para o homem caboclo. Foi bem legal. Queria saber usar o espaço assim.

Logo depois foi a minha. Ok comecei a suar frio desesperadamente, já tinha combinado com o Alisson da minha iluminação, que seria somente um foco redondo no meio. Peguei um soneto de Álvaro de Campos, levei uma cerveja e uma blusa bem rasgada escrito Rua dos Bobos na frente e N° 0 atrás. Comecei o texto, abri a cerveja e ligava a luz. Ninguém conhecia meu pai direito, então acho que ninguém sabia o que tava fazendo. Tentei falar o mais devagar possível e mais enrolado. Esquecendo muitas vezes e pulando texto, como ele fazia muitas vezes, me lembrei dele em Mosqueiro quando já tava a noite que ele parava o que estava dizendo e começava a olhar para as pessoas como se estivesse procurando alguém, ou tentando reconhecer. Tentei fazer a minha coreografia, mas eu realmente esqueci na hora, depois de dar algumas partes do soneto, levantei, ligaram a luz, e dizia da casa, que era a minha musica e dizia a minha ultima fala do coro e o sorriso que eu fazia. Não sei se as pessoas entenderam alguma coisa, mas paciência. Bom, o soneto era esse:

"Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca propriamente reparei
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei

Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente".




Teve a Dayse também, que sempre se preocupa muito com o figurino, foi de índia, fez uma dança e logo depois contou a historia dela por uma televisão de papelão e feita toda a mão. Bem legal, mas bem rápida. Vi que ela saiu bem aborrecida de cena, não sabia o porquê. Depois quando fomos conversar sobre as cenas, soubemos que erraram a música dela e ela cortou mais da metade de sua cena.

Taynah. Eu já sabia da cena dela também, ela fazia uma mulher nos anos 70, que era artista plástica e ia passando e tempo e ia crescendo e virando sozinha, a mostrava falando do marido que deixou, lembrando o primeiro trabalho. Eu e o Marco estávamos tomando conta do som dela e esquecemos uma música, mas deu pra entender muito bem o trabalho;

O Ícaro fez uma apresentação bem legal, usou uma cueca preta e uma blusa bem colada, começava deitado, com uma música com barulhos diários, como de carros, ônibus e ele fazia a menção de como os sons estivessem saindo dele, bem expressivo. Depois passava para o tigre que fazia a sua coreografia.

Por último teve a Taís, que fez uma apresentação bem bonitinha e meiga, bem a cara dela. Cantou aquarela com voz de criança, levou umas flores, colocou em circulo e depois cantou uma música de algum musical infantil que depois me contaram que era "A Encantada". Ficou fofo.

Finalmente era a hora de falar dos outros né. Não conseguia falar nada. Nem tive vontade. Quando chegou na vez de falaram de mim, a Wlad resolveu terminar a aula e fazer isso só semana que vem. Quis ter um piripaque ali, mas me segurei e fui contar pra Taynah a doidera que eu to fazendo da minha vida.

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